Friday, March 31, 2006

de volta a gredos

...O vento já se fazia sentir a neve parecia agora mais gelada, confesso que cada vez mais o meu respeito ia aumentando, começamos o ataque e subimos por onde nunca tinha subido antes, mas correu bem. Esperamos muito tempo lá em cima pela segunda cordada, arrefecemos e quando iniciamos o rapel pelo outro lado logo me apercebi que iria ser muito difícil sair por aquele lado, pedi ao professor que descesse e trouxesse a outra corda, assim que chegou ate mim viu-se que estava tão preocupado quanto eu, uni as cordas e fiz um novo rapel para ver se conseguia chegar ao ponto de saída, mas infelizmente faltava-nos mais uns 20 metros de corda e quando o popó já estava a meio da descida decidimos abortar e subir com segurança por cima, foi o melhor que fizemos.
Montamos um rapel do outro lado e outro mais abaixo, onde tivemos de abandonar uma cordelete que nos serviu de nó entalado, por fim realizamos mais um rapel e a partir dai começamos a descer, lá em baixo já víamos o nosso pessoal a escorregar na neve e a treinar auto detenção, a vista de cá de cima era linda, chegamos ao refugio comemos e descansamos ali ao sol durante 1 hora e 30 minutos e depois chegou o momento de trinar-mos rapeis expeditos, a gota, com um só piolet e com dois piolet, correu muito bem, fomos para o refugio onde fizemos uma pequena reunião onde falamos acerca do dia e da actividade no geral, jantamos e fomos dormir...

Sunday, March 19, 2006

o dia dele...

desde ja digo que não concordo muito com estas cenas do dia do pai ou da mãe, pois acho essas coisas um pouco lamechas uma vez que o dia dos pais deve ser todos os dias, mas aproveito a
ocasião para falar um pouco de ti meu velho, antes de mais tenho de te dar os parabens pois aturares um filho que tem muito de ti, não deve ser nada fácil. falando sério és um pai completamente natura assim como a minha mãe e a minha irmã, agradeço-vos a educação que nos deram, a liberdade ainda que controlada ensina-nos como passar algumas vicissitudes desta vida, ja te fiz passar por alguns sufocos, aquilo que faz estar hoje aqui a escrever para ti, foi talvez a persistência que herdei de ti que muito me ajudou a ultrapassar momentos que por vezes nem eu sei como ultrapassei, agradeço-te por seres como és, pois nas conversas que temos e tambem nas discussões, estou sempre a aprender, eu percebo-te...espero aturar-te durante muito mais tempo pois alem de pai és um grande amigo e a ti mãezinha querida dentro em breve tambem terás aqui a tua homenagem, continuem são grandes...

Tuesday, March 14, 2006

parabens a bocê...

leninha querida mais um aninho, ja nem sei o que te hei-de dar de prenda então como descobri à pouco tempo o gosto pela escrita resolvi, fazer-te esta pequena dedicatória, nem sei bem por onde começar, por exemplo pela foto, esta cara faz-me lembrar o quão alegre tu és e o quanto me faz sentir bem ver-te sorrir e ver que realmente hoje estas preparada para enfrentares algumas adeversidades da vida, acho que temos uma história com momentos bons e momentos maus, aos quais fomos enfrentando juntos. nem sei bem que te dizer, posso dizer que apesar de todas as quezilias que temos, talvez por termos personalidades muito vincadas, eu adoro-te a ti e a quem nos fez são as três pessoas para as quais eu devo algo, por sempre me terem apoiado na minha vida e tambem por serem a maior parte da minha vida, espero que tenhas um dia e uma vida feliz e que eu possa fazer pparte dessa felicidade pois tu és uma das razões do meu ser...adoro-te maninha natura, espero que gostes pois tudo o que aqui digo digo-o do fundo do coração, és linda.

sem comentarios...

não sei se conseguirei estar à altura desta foto, sempre que olho para ela há qualquer coisa que me transcende, muito à imagem de quem a tirou, esta foto consegue transparecer uma serenidade, uma paz, uma solidão, a mim faz-me lembrar um sorriso de orelha a orelha, que me fazia saltar de barco em barco à procura dele. nota-se que é uma foto ja com grande qualidade e sem data o que é de louvar, acho que tambem diz muito de mim e de uma vidanatura, em que se procura o gosto pelas coisas simples, aquelas que são as mais bonitas e as mais importantes. por vezes precisamos de navegar sem norte para nos encontrarmos, acho que aos 24 anos e ja a caminho dos 25, encontrei o meu rumo, ou pelo menos começei-o a construir e a cada dia que passa gosto mais de viver, apesar de nos retirarem pessoas da qual gostamos muito, mas das quais ja mais esqueceremos, temos também pessoas de quem gostamos e pessoas que vamos conhecendo e que nos fazem ter vontade de lutar por viver. espero que em pensamento pelo menos possas navegar até mim numa embarcação dessas para te poder dar um beijo de boa noite...

memorias de um montanheiro...

... saímos então em autonomia em direcção aos fantasmas, numa manha já mais agradável mas ainda com algum nevoeiro matinal que teimava em não nos deixar, fazendo um trilho único começamos a marcar os nossos passo na neve branca, num cenário lindo contornamos o marco geodésico e seguimos pela neve em direcção ao vale da candeeira onde fizemos alguns destrepes complicados naquelas falésias que guardam o vale da candeeira.
Quando chegamos lá abaixo paramos para morder uma sandocha e encher os cantis com aquela água cristalina que já reflectia os raios solares, fresquinha como sempre, atravessamos para a outra margem onde agora que começara a aquecer íamos começar a subir numa mistura de paisagem branca da neve e negra das cinzas dos incêndios que fustigaram Portugal no ano de 2005, começava a pingar de suor e as paragens começavam a ser frequentes. Chegamos então ao topo e depois daquele tínhamos ainda mais dois vales para atravessar até que finalmente chegamos as escarpas que se designam por fantasmas.
Paramos montei dois rapeis e subi para vir almoçar, chegou o resto do pessoal e começaram a montar os outros rapeis estivemos ali a tarde toda num sol abrasador num cenário que só alguns têm a possibilidade de observar, do lado direito avistamos o esplendor do cântaro magro e mais abaixo as arvores características do covão da ametade, o nosso ponto seguinte e de pernoita. Montamos acampamento e de repente fica noite, um céu estrelado e uma lua quase cheio faziam daquele cenário ainda mais bonito do que aquilo que é, e claro sempre resguardados pelo majestoso cântaro magro.
No dia seguinte, para mim o mais esperado, uma vez que iríamos subir até ao covão cimeiro, montar acampamento e depois subiríamos pelo corredor largo naquele que foi à minha primeira cordada em autonomia na neve, chegamos quase ao corredor onde calçamos os crampons agarramos nos piolets e em duas cordadas comecei a abrir o percurso tentando sempre escolher a neve mais rija, aquela que ficava mais à sombra num percurso aos ziguezagues lá fomos subindo fizemos algumas paragens par beber água demoramos 30 minutos a subir o corredor e quando chegamos lá a cima olhei para a minha cordada e no meio do cansaço consegui ver aquele sorriso de satisfação por alcançarem o topo, logo a seguir chegou a segunda cordada e o sentimento foi o mesmo. Era domingo e mais acima começamos a ver montes de domingueiros a fazer sku e a conspurcarem a neve branca que ganhava agora tons de castanha uma coisa horrível, mas o pior nem é estarem lá pois todos temos os mesmos direitos, mas também temos todos os mesmo deveres de respeitar a natureza e mantê-la limpa, use mas não abuse...

Monday, March 06, 2006

Diário da Serra do Bouro …

Oito da matina, toca o despertador do telemóvel, dia seis de Março de 2006, o destino é a Serra do Bouro, na Foz do Arelho, o objectivo passa por fazer um treino de preparação para a Serra da Estrela, onde praticamos algumas manobras de resgate e alguns passos de escalada clássica. O dia começou radiante de sol, o que prometia um dia soalheiro mas à medida que os ponteiros do relógio se aproximavam do meio-dia, o tempo começa a ficar encoberto, mas nunca tirando a beleza ao spot. Posso-me dar ao luxo de dizer que sou um poucos sortudos que têm o privilégio de ter aulas no meio natural inundado de uma paisagem brutal.
À minha frente vê-se uma tonalidade de verde mar que se vai tornando em azul mar à medida que se vai aproximando da linha do horizonte, quase sobre esta linha e um pouco para o lado esquerdo avisto uma ilha designada por Berlengas e um pouco mais à direita um ilhéu que não sei o nome.
Numa mistura de serra e mar aquilo que consigo ouvir neste preciso momento são as vibrações do vento e também a ondulação, aquelas pequenas vagas típicas da rebentação, é incrível como consigo ficar calmo e abstrair-me de tudo o que me rodeia, perdido por entre pensamentos e vagueando em palavras, vou-me lembrando de pessoas de que gosto e também de uma que estou a começar a conhecer, é incrível como o poder da natureza nos consegue transcender. E deve ser por isso que cada vez menos compreendo como é que existem pessoas que se dão de negar-se a tal beleza, enfim posso não compreender mas respeito e por um lado ate é bom, pois não a estragam. Bem posso dizer que sou feliz e que continuo-o a ser um eterno apaixonado pelas coisas simples da vida e foi esta que me ensinou a apreciar estes momentos, estes meus refúgios onde me consigo encontrar. Acabamos o dia nuns sofás do INATEL a beber uma cerveja e um café, para enfim podermos regressar a uma realidade bem diferente e bem menos agradável…

Thursday, March 02, 2006

diario da sierra de gredos

o dia de Cume, ainda era noite quando acordamos, seis da matina mais precisamente, sai duma tenda onde dormiram cinco pessoas preparei a minha mochila com o que precisava para este dia e dirigi-me ao refugio onde tomei o pequeno almoço, enchi o meu cantil com água e fiquei pronto, partimos para o cume às sete da matina, temos de apanhar a neve mais rija e o dia seria longo, numa caminhada lenta a inclinação ia aumentando à medida que nos aproximávamos do Almanzor, fizemos a ascensão pelo corredor do y e quando chegamos ao ultimo reduto antes do cume deparamo-nos com um aglomerado de gente que também pretendia atingir o cume, a visão começa a ser cada vez mais espectacular pois começamos a ver para la das montanhas que protegem o circo, numa imensidão para qualquer que fosse o lado que olhasse-mos, num instante passamos à frente daquela gente que lá estava e preparamo-nos para o ataque final, foi então que na minha cordada uma rapariga deixou cair o seu piolet, prosseguimos o ataque e pouco depois lá estávamos no ponto mais alto daquela cadeia montanhosa, estivemos lá muito pouco tempo, a descida foi efectuada por outro lado, percorremos umas cristas de umas montanhas e começamos a descer e caminhar sobre aquela paisagem soberba e para ajudar estava um dia radiante, paramos para comer um pouco, beber e também conversar, estivemos ali vinte minutos apanhar aquele solzinho maravilhoso e então voltamos à descida, desmontamos as tendas e fizemo-nos ao caminho, agora sim ficou duro, pois o peso quase que triplicou e já tínhamos algum desgaste, mas com algum esforço à mistura chegamos à plataforma de Gredos onde nos desequipamos, despedimos e voltamos à dura realidade com a saudade de lá voltar brevemente, valeu o esforço…