Sunday, September 19, 2010

estados de alma

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanha é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.


Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoa-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destrui-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependeras para o resto da vida.


Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstancias e os ambientes tem influencia sobre nos, mas nos somos responsáveis por nos mesmos.


Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo e curto. Aprendes que, ou controlas
os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados.

Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, e uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiencia que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas.

Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.


Aprendes que quando estas com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te da o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado.

Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não para, para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não e algo que possa voltar para trás.

Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

William Shakespeare

Friday, June 11, 2010

palavras...

“Curtia estar numa boa contigo, podia ser a ouvir este som e numa esplanada a ver o mar e a sentir o sol, mas numa praia calminha…

Fazes-me sorrir mas não te vejo, fazes-me sentir bem mas não estou contigo, fazes-me viajar e não te conheço.

Entras-te na minha vida… quer dizer, entras-te na minha imaginação e sabe bem… mas não me sinto confortável, ou à vontade por não te ver...

Agora que te vi, só me sinto desconfortável porque gostava de te ver mais e mais e mais...mas o simples facto de me deixares entrar na tua vida e poder ver-te às vezes faz-me bastante feliz...obrigado...

Sunday, March 14, 2010

state of mind...

I walk alone, everything is so quite...
The sun is shining in the snow and reflect my state of mind...
The mountain make me belive that i could be a better person every day...
Thank you...

by César Oliveira
(Sherpa Cozinheiro)

Wednesday, March 10, 2010

traveling...

Assim se fez uma viagem, dois amigos de mochila às costas, viajando de avião, de barco, de autocarro, de comboio, de eléctrico e a pé, por entre o ar, por entre o mar, por entre montanhas, quedas de água, vilas fantasmas, praias, capitais e até festivais de música, na companhia de tugas, croatas, ingleses, australianos, espanhóis, noruegueses, holandeses, turcos, alemães, irlandeses, sérvios e bósnios num multiculturalismo fascinante e contagiante.

Viagens, hosteis, parques de campismo, dias de pura farra, dias de puro descanso, dias de borracheira, dias de ressaca, por entre sorrisos e lágrimas, por entre saudade e cumplicidade assim se fez valer esta viagem que se tornou inesquecível, foi lindo e tudo isto na companhia de um verdadeiro companheiro, colega, camarada, amigo e irmão.

Nada disto estaria aqui escrito se não me deixasses partilhar estes fascinantes momentos, assim como, se os meus pais não me ajudassem a financiar esta viagem, sem hesitar e sem pensar foram sem qualquer sombra de duvida as melhores férias que alguma vez tive, por tudo isso fica aqui um eterno obrigado ao Ró, ao meu pai e à minha querida mãe e uma eterna saudade de todos aqueles que mesmo não estando aqui, estiveram sempre presente porque os transportei no meu coração.

Esta viagem terminou, mas já mais terminará dentro de mim, pois foram três semanas de sonho… que acabam por agora é certo mas que em breve espero poder brindar-vos com mais um diário cheio de multiculturalismo.

Iniciada em Portugal (Porto), de passagem por Itália (Veneza), passando alguns dias na Croácia (Porec e Zagreb), o destino mais aguardado Bósnia (Sarajevo e Mostar), uma grande farra num festival de música na Sérvia (Belgrado e Guca), o regresso à organização europeia na Eslovénia(Ljubljana e Lake Bohinj), mais uma breve passagem por por Itália (Veneza) e o regresso a Portugal (Porto).

Only a traveller knows the feeling

César Oliveira

“Mais um ano, mais uma viagem e mais dezenas de histórias inimagináveis e loucas para contar. Desta vez com o puto César, boa companhia… J sem destino, sem saber onde ficar nem o que comer. Sempre a curtir para onde o destino nos levar. São as ferias de 2007. Vamos lá puto, toca a curtir.”

Rodolfo 30/07/07 Croácia

Thursday, February 11, 2010

há dias assim...




É mesmo verdade, hoje estou naqueles dias em que só me apetecia estar sentado numa esplanada perto do mar a divagar, arrancar a flutuar por mar a dentro sem destino previsto. Ouvir uma boa música e viajar em pensamentos.
Se me perguntarem porque estou assim nem sei bem responder, tem dias, talvez por a acção de formação a Gredos ter sido adiada, quando estava com grandes expectativas mas infelizmente não mando no clima e o solzinho que está hoje, quase que parece contraditório, não é aquele que se verá nos próximos dias.
O que é facto é que as previsões indicam que o tempo não vai estar muito famoso e quem anda nisto há algum tempo sabe da instabilidade do clima em zonas montanhosas…Não é o fim do mundo mas para quem organiza e para quem está à espera de um escape da sociedade normal, da vida rotineira, à procura de um refúgio ou de um momento de reflexão, de meditação, é sempre um pouco nostálgico, ainda que seja adiado por uns dias.
Quem anda na montanha e sabe o poder daquilo que falo com certeza compreende a minha frustração, hoje dá-me para isto, nem estou mal, nem estou bem, estou sentado numa esplanada do jardim em Rio Maior a ouvir música e a escrever…
Às vezes necessito destes momentos, destas saídas de montanha, para manter o equilíbrio, quando lá ando a concentração é total e consegue-se coisas que em mais lugar nenhum se consegue, esse lugar pode ser diferente para outras pessoas mas todos nós temos lugares destes, lugares que procuramos e que nos fazem sentir bem, o poder da natureza é esse mesmo, não é fácil explicar pois só passando por aquilo que digo é que se compreende, momentos que nos transcendem, a imponência das montanhas, a imensidão da neve, as noites tornam-se mais reais e bonitas, as estrelas no céu parecem não acabar e a tudo isto junta-se o prazer de que é fazer alpinismo, explorar, usufruir daquilo que a natureza tem e sem a danificar…só de estar a descrever esta sensação fez-me sorrir e viajar para lá e por momentos estive mesmo em Gredos.
Faz-me bem estes exercícios, faz-me viajar ainda que esteja sentado, a ouvir uma boa música que a dedico a quem um dia a pôs a tocar “Feeling Allright” sabes bem que é para ti… =P
Assim me despeço, agradecendo por me ouvirem neste desabafo, fez-me bem partilhar com vocês este momento, vou para casa uma pessoa mais sorridente e com mais vontade…É este o poder que as palavras têm em mim, por vezes esqueço-me mas isto faz-me muito bem.
Gredos até breve…

Sunday, January 17, 2010

only an alpinist knows the feeling...Gredos 2010...

“Existen hombres que suben a estas montañas por la sola alegria de vivir, por el goce experimentado en la lucha, por el solo deseo de arrancarles su misterio, por el solo placer de conocerlas.”


...Decidi ir esticar as pernas e fui passear pela vila, sentei-me aqui perto de um hostal, que é uma casa rural muito simples e bonita, sentei-me aqui na esperança que aparecesse alguém para perguntar o preço de uma noite. Mas também me sentei a apreciar a paisagem, essa sim bate qualquer coisa e infelizmente não tenho máquina para vos poder mostrar e acho que também não a consigo descrever como ela realmA caminhar sobre aquela paisagem soberba, para ajudar estava um dia radiante, paramos para comer um pouco, beber e também conversar, estivemos ali vinte minutos apanhar aquele solzinho maravilhoso e então voltamos à descida, desmontamos as tendas e fizemo-nos ao caminho, agora sim ficou duro, pois o peso quase que triplicou e já tínhamos algum desgaste, mas com algum esforço à mistura chegamos à plataforma de Gredos onde nos desequipamos, despedimos e voltamos à dura realidade com a saudade de lá voltar brevemente, valeu o esforço…ente merece, mas posso sempre tentar.
Estou sentando num morro, encostado a um poste de alta tensão, mas tensão realmente só no poste, pois acho que a calma neste momento invadiu o meu espírito. Do meu lado esquerdo posso ver o pequeno hostal e um pinheiro aqui bem perto, um conjunto de árvores despidas e por trás destas, e já a percorrer a visão da esquerda para a direita, vê-se a pequena vila de Oyos del Espinos, por trás desta e com a visão cada vez mais a fugir para a direita começa-se a ver o branco da neve nas montanhas. Já com uma visão completamente horizontal começo por avistar uma estrada de terra batida que parece levar o sentido da minha visão, mas num ápice desaparece completamente para a direita onde a minha vista não alcança, mas fazendo um azimute e fugindo à estrada lanço o olhar em frente como que a fazer um corta-mato e avisto um descampado que termina num pequeno bosque. Começa a juntar umas réstias de neve devido a sombra que a copa das suas arvores faz… muito rapidamente atravesso meio bosque e deparo com uma casa linda e pacata, continuo-o a percorrer o bosque e a minha vista esbarra com uma montanha vestida de um branco puro, quase que inviolável e impenetrável. Só neste pequeno alcance da minha visão consigo ver o fumo de uma pequena queimada no descampado, vejo cavalos a pastar já na fronteira entre o descampado com o bosque e vejo uma quantidade incrível de aves a planar neste pequeno pedacito de Terra.
Agora e já depois de ter descansado mais um pouco, encontro-me aqui na bodeguilha onde a noite começa a cair. É lindo ver o céu juntar-se à terra e ficarem um só.

Depois de 14 horas de sono e um banho quente estou mais que em forma, teve mesmo de ser, ainda me aguentei até as 13 horas e depois não mais aguentei, peguei no carro e dirigi-me para a plataforma de Gredos, onde apetrechei a mochila, calcei as botas e lancei-me numa investida a solo até ao circo de Gredos num percurso que está previsto fazer-se em 2 horas e 30 minutos e onde demorei 1 hora e 50 minutos, num deserto vestido do branco da neve, num percurso lindíssimo.
Uma primeira parte do percurso de média dificuldade sendo a segunda bastante mais acessível e é já nesta segunda metade que começo a avistar ao longe o circo de Gredos, que passo a descrever.
Um grande vale com um grande lago gelado e coberto de neve, lindo, mais à frente avisto o refúgio e ao lado o nosso acampamento, ainda que muito longe claro mas inconfundível pois as cores vivas das tendas contrastam com o branco solitário da neve, e em volta do vale, erguem-se umas montanhas lindas incluindo o Almanzor, o pico mais alto. Parecem proteger o enorme, mas mesmo enorme vale, quase que diria que são os guardiães de Lo circo de Gredos, mantendo o respeito no circo.
O último dia, o dia de Cume, ainda era noite quando acordamos, seis da matina mais precisamente, sai duma tenda onde dormiram cinco pessoas preparei a minha mochila com o que precisava para este dia e dirigi-me ao refugio onde tomei o pequeno almoço, enchi o meu cantil com água e fiquei pronto, partimos para o cume às sete da matina, temos de apanhar a neve mais rija e o dia seria longo, numa caminhada lenta a inclinação ia aumentando à medida que nos aproximávamos do Almanzor, fizemos a ascensão pela portilha del crampon e quando chegamos ao ultimo reduto antes do ataque ao cume, deparamo-nos com um aglomerado de gente que também pretendia atingir o cume, a visão começa a ser cada vez mais espectacular pois começamos a ver para lá das montanhas que protegem o circo, numa imensidão para qualquer que fosse o lado que olhasse-mos, num instante passamos à frente daquela gente e preparamo-nos para o ataque final, foi então que na minha cordada uma rapariga deixou cair o seu piolet, nada que não fosse logo resolvido pelo João Garcia, foi buscar o piolet e num instante estava de volta, é fácil admirar um atleta desta natureza. Prosseguimos o ataque e pouco depois lá estávamos no ponto mais alto daquela cadeia montanhosa, estivemos lá muito pouco tempo, a descida foi efectuada por outro lado, percorremos umas cristas de umas montanhas e começamos a descer.

In Diário de Sierra de Gredos

by César Oliveira (sherpa cozinheiro)

Wednesday, January 06, 2010

um dia perfeito...



"beach clean.

with nobody to fuck you.

the sunset bleeding and a big noise

of a big wave, that crashed on the rocks

and makes a big right to destroy all in the sea

a drop, the spinner, roll...

but only a bodyboarder knows the feeling...
The wave destroyer

César Oliveira"

by Damião Santos